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O mecânico aeronáutico e restaurador de bicicletas mais famoso e amado de Joinville

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O mecânico de helicópteros Michello Ongaro é uma daquelas pessoas que facilmente atraem o carinho e a amizade das pessoas. O curitibano chegou ao Aeroporto do Bacacheri, na capital, como auxiliar de pintura de aeronaves. Algum tempo depois, tornou-se o responsável por atender ao Grupamento Aéreo da Polícia Militar (Graer), em Joinville, Santa Catarina.


Michello era responsável por manter o funcionamento dos helicópteros em dia para o atendimento a salvamentos e ocorrências policiais em todo o norte catarinense. Atualmente, ele cumpre quinzena em Curitiba e em Camboriú (SC). Quando está livre, em Joinville, está na mini oficina que montou em casa para a restauração de bicicletas e motos antigas. 

 

Esta é uma outra paixão, que nasceu em 2009, depois de um desafio lançado entre amigos. O mecânico já ficou até famoso em Joinville por causa disso, ao falar um pouco sobre suas habilidades extra-Helisul na televisão. Uma reportagem foi gravada e exibida pelo programa Tribuna do Povo, na NDTV – afiliada da RIC Record no município, mostrando alguns modelos de bicicletas restauradas por Michello. 

Assista à reportagem com Michello Ongaro

 

Até o apresentador do telejornal se rendeu à simpatia e talento do nosso colaborador. “Isso é dom, é mais do que paixão. […] Sem contar que é um ser humano fantástico, um cara extremamente gentil, educado, competentíssimo lá também no Graer, amado por todo mundo. O Boca é o cara. […] Parabéns por esse excelente trabalho que você faz, por ser essa pessoa generosa”, disse Ricardo Moreira, que ancorava o programa na época, ao final da reportagem. 

 

Realmente, Boca pode dizer que ‘é o cara’. Ele é tão querido e amado, que até já recebeu a ‘visita’ de um helicóptero da Helisul no quintal de casa, em Colombo, em uma área praticamente no limite com o município de Bocaiúva do Sul (PR). Foi pouco tempo depois de começar a trabalhar na empresa.

 

Uma situação para lá de inusitada, conta Michello. Ele não lembra ao certo, mas aconteceu entre 1987 e 1988. “Um helicóptero da Helisul, um Hughes 500, decolou para São Paulo, teve uma pane e pousou nos fundos da minha casa”, recorda o mecânico. Ele lembra também que foi ali onde conheceu os comandantes Eloy e Zanon.  

 

“Foi muito engraçado. Fiquei todo bobo quando vi os chefes. Foi legal. Graças a Deus só foi uma pane, uma falha numa mangueira. O piloto pousou com o helicóptero controlado. O terreno da minha mãe era um ‘campão’ onde a gurizada jogava bola.” 

 

A equipe da Helisul ficou igualmente surpresa com a presença de Michello no local, quando foi buscar a aeronave de caminhão no dia seguinte, para levá-la de volta ao Aeroporto do Bacacheri. O aparelho precisou pernoitar no local, ‘supervisionado’ pelo mecânico. “Tá fazendo o que aí, cara, perguntaram. Eu disse: ‘Eu moro aqui’. Foi bem engraçado.”

 

Foi então que Michello ganhou o apelido de Bocaiúva, mas carinhosamente chamado de Boca. 

Para atender a um chamado da empresa, o mecânico deixou Curitiba e mudou-se para Joinville há 20 anos. Na cidade catarinense ele mora com a esposa, Beatriz, e a filha caçula, Marjorie, de 4 anos. Boca também é pai de Maria Eduarda, 21, e que foi uma das participantes da primeira leva de jovens aprendizes da Helisul.

 

Ele não se arrepende da mudança de estado e conta que se sente muito feliz na cidade que o acolheu há duas décadas. “Gosto muito de Joinville. Me dei bem aqui. É uma cidade pacata, tranquila”, diz. 

Com tantos anos de trabalho pela Helisul, desde os 15, Michello acredita que não saberia trabalhar em outro lugar. E ainda exalta os colegas e a empresa. 

 

“Me acostumei tanto. Tenho amizade com todo mundo, o pessoal todo me conhece. Trabalhei em Foz restaurando helicóptero com a turma lá, o Celso, o Jair, o Carlos – nosso chefe era mecânico. Vi toda aquela meninada crescer. Gosto muito da Helisul. Ela não é uma empresa, é uma mãe. Por isso que não me vejo trabalhando em outro lugar. Recebi convites, mas não quis”, revela.

 

É a realização de uma paixão que começou na infância, sem qualquer influência, seja da família ou de outras pessoas conhecidas. “Fazia coisas de madeira em casa pra brincar, sempre fissurado por helicóptero e avião, mas mais por helicóptero. Teve uma época em que até pensei em pilotar, mas minha praia é mecânica”, conta o mecânico. 

 

E Michello gosta mesmo é de resolver um problema. “O que mais gosto é tratar a pane. Pega um pouquinho a cabeça, mas é mais gostoso. Mas o serviço no todo é legal, desmontar o ‘cara’ inteiro, todos os componentes, verificar e ir montando. É um quebra-cabeça legal.”