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Na brincadeira de criança no Hangar 11 nasceu o amor pela profissão

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O destino profissional dentro da aviação já estava traçado na vida do inspetor de manutenção Thiago Schemin desde que nasceu. O responsável pelo setor de aviônicos da Helisul foi praticamente criado dentro da empresa, nas dependências do Aeroporto do Bacacheri, em Curitiba. 

Desde criança ele já frequentava com o pai o local onde é hoje o Hangar 11. Foi onde acendeu no filho do mecânico de aeronaves, veterano da FAB e ex-chefe de manutenção da Helisul, Afonso Celso Schemin, o amor pela aviação. E não somente em Thiago. O irmão, Chalton, pegou carona, se especializou e também passou pela empresa como mecânico e piloto de helicóptero – hoje atua em uma empresa de Camboriú (SC). 

O pai de Thiago trabalhava no Cindacta II e morava na Vila dos Sargentos, como conta Thiago. “Ele era sargento. E eu estava sempre com ele no hangar. Quando tinha festas de revoada no Aeroclube do Paraná, estava sempre junto. E sempre ajudando meu pai. Tinha ferramentas, capacete de paraquedista”, recorda. 

O inspetor de manutenção seguiu em frente com o objetivo de ingressar na aviação e entrou na Helisul em 1996, como técnico em eletrônica, formado pelo antigo Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná (Cefet-PR) – hoje  Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). O começo foi com aviões Bandeirante. Dois anos depois, ele começou com a manutenção de helicópteros. “Fui um dos pioneiros em manutenção de helicóptero no Bacacheri”, orgulha-se. 

Thiago atuou na empresa por cinco anos e resolveu assumir um outro (e diferente) amor. Ele se casou com Andressa Schemin, também profissional na área, porém voltada à administração, e foi embora de Curitiba. De 2001 a 2007, eles foram viver em Criciúma (SC), onde montaram uma empresa no segmento de turismo. 

O casal teve outros negócios e dois filhos também, uma menina e um menino. Seis anos se passaram e o sentimento pela aviação bateu forte. Até que, em 2008, Thiago e Andressa decidiram retornar à capital paranaense. No mês de abril daquele ano, ele iniciou a faculdade de Ciências Aeronáuticas, na Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), e voltou para ‘os braços’ da Helisul. Desta vez, envolvido com os sistemas de navegação e comunicação, piloto automático e de controle de voo das aeronaves. “Quando voltei, fui para a área de eletrônica. Um dos meus mestres, Manoel Quaresma, me ensinou muito do que sei hoje. Um professor”, elogia Thiago, com carinho pelo ‘mestre’. 

Com a experiência e todos os ensinamentos repassados por Manoel, Thiago se diz realizado profissionalmente. “Adoro o que faço. Cada dia é uma novidade, um aprendizado. A gente nunca sabe tudo, cada dia descobre uma pane nova. Gosto de pedir ajuda se tenho dúvida, procuro sempre perguntar”, diz. 

Mas, sempre que pode, é um apaixonado por dar assistência aos colegas. “Gosto muito de ajudar as pessoas, quando a pane é mais difícil, sempre procuro explicar. Faço videoconferência se for preciso. As pessoas gostam muito.” 

Entre estes companheiros de trabalho, Thiago cita Daniel e David, a quem rasga elogios. “Eles me ajudam muito, estão sempre de prontidão. Adoro eles. Tem ainda o Bruno (São Paulo) e Amauri (Brasília). Ao todo somos em cinco aviônicos na Helisul”, conta.

Depois de sair da empresa, mudar de cidade e de carreira, e retomar ao início de tudo, Thiago não pensa em se separar da aviação. “Vou ficar na Helisul. É a área que gosto. Se tudo der certo, fico aqui até me aposentar.”

Bem, se a saga da família Schemin continua dentro da aviação, ainda não há certeza. Por um lado, a primogênita de Thiago, a adolescente Ana Carolina, de 15 anos, já sabe o que quer e o segmento não faz parte dos planos. “O sonho dela é fazer medicina”, revela o pai. 

Por outro lado, ainda tem o pequeno Gustavo, de apenas oito anos, que, segundo Thiago, já é um fissurado por ferramentas, e pode surpreender.