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Engenheiro mecânico em dias úteis e piloto de planador nas horas vagas

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Como é da cultura da Helisul Aviação nestes quase 50 anos de história, desde a fundação, o pioneirismo tecnológico está no sangue e os projetos inovadores não param. O mais recente deles é voltado ao mercado de drones, específicos para o transporte de cargas mais pesadas e com deslocamentos de longas distâncias. 

E, para abraçar esse desafio, a Helisul contou com toda a expertise do engenheiro mecânico aeronáutico Lucas Fontoura, head da Helisul Drones. O profissional chegou à empresa em março de 2019, com a missão de desenvolver um projeto com drones sofisticados, utilizando o que há de mais avançado em tecnologia.

“Trabalhei no desenvolvimento de drones mais sofisticados em um outro projeto. Foi nesse momento que encontrei a Helisul e a Helisul me encontrou. Porque a empresa também pretendia fazer esse tipo de operação, voar drones sofisticados em longa distância, e estava procurando alguém especialista no assunto”, conta Lucas.

Nessa época, o engenheiro mecânico prestava consultoria com sua empresa, a Certifica Drones, que acabou por se tornar uma importante parceira da Helisul nessa jornada. Lucas passou três anos debruçado na prospecção, criação de desenvolvimento de negócios e exploração de tecnologias para o departamento de drones.

Além desses equipamentos, o profissional ganhou a atribuição de desenvolver o mercado dos chamados eVTOLs – veículos elétricos de decolagem e pouso vertical. Tanto um como o outro exploram o que há de mais tecnológico no setor da aviação, tudo o que Lucas sempre buscou como profissional. 

“Desde que comecei na aviação, procurei a fronteira com as coisas mais novas e a tecnologia de automação aplicada na aviação. A Helisul abriu essas duas frentes, que são o futuro que vai aumentar a quantidade de objetos voando nos nossos céus”, comemora ele. 

Lucas celebra este momento não somente de realização profissional, mas por poder contribuir com uma empresa conceituada como a Helisul nesta grandiosa conquista. “A operação que estamos estruturando é muito nova em âmbito internacional. É empolgante, com certeza, trabalhar com esse nível de tecnologia, em escala mundial.” 

Uma pandemia no meio de todo o processo acabou por atrasar um pouco o lançamento da marca Helisul Drones. Mas todo o empenho já tem data para se tornar conhecido oficialmente pelo mercado neste mês de maio, em um evento voltado ao segmento, que será realizado em São Paulo. 

Ensaios de voo e desenvolvimento de softwares

Antes de mergulhar no universo dos drones e suas avançadas tecnologias, o engenheiro mecânico aeronáutico, graduado em 2012 pelo Instituto Tecnológico de Aviação (ITA), em São José dos Campos (SP), revela que atuou na Força Aérea Brasileira (FAB) e na fabricante de aviões Embraer nos primeiros anos da carreira.

“Me formei como militar, fiz estágios dentro da Força Aérea e depois que me formei fiz o curso de ensaios de voo, que é testar as aeronaves de voos. É a última fase de testes dentro de um avião. Depois resolvi sair da Força Aérea e entrar na Embraer, onde fui atuar com desenvolvimento de software e comandos de voos [fly-by-wire]”, conta. 

Piloto de planador nas horas vagas

Lucas nasceu em Mandaguari, no Norte do Paraná, mas cresceu em Joinville, Santa Catarina. Grande parte da família do engenheiro é de Curitiba, ele inclusive já havia morado na capital paranaense antes, e o retorno foi inevitável depois dos estudos e das primeiras experiências profissionais no interior de São Paulo.

Ao contrário de muitos colegas pilotos, engenheiros, mecânicos e outros da área, o especialista em drones não teve influência familiar na hora de escolher ser um profissional da aviação. Mas o desejo de viver o universo dos aviões, helicópteros e afins, este sim vem desde garoto. “Sempre fui apaixonado por aviação”, diz. 

Até então, enquanto estudava e montava seus kits de plastimodelismo – nem sempre com muita paciência – Lucas decidia se ia para a APA, para se tornar um piloto militar e comandar caças, ou se ia para o ITA, para seguir a profissão de engenheiro mecânico aeronáutico. Ele passou nos dois cursos, mas a engenharia gritou mais alto.

A pilotagem não se tornou profissão, mas é um hobby desde 2010, ainda nos tempos de faculdade no interior de São Paulo. Se Lucas não estiver em Curitiba no fim de semana, pode contar que ele está dando umas ‘bandas’ pelo céu das imediações da capital paranaense, a bordo de um planador, que é uma aeronave sem motor. 

Ele costuma frequentar o Aeroclube de Balsa Nova, na região metropolitana. Mas Lucas pode estar muito mais longe, dependendo do entusiasmo. O maior voo dele de planador foi por uma distância de 300 quilômetros. Ainda bem abaixo do recorde brasileiro, que é de mais de 1000 quilômetros, mas, ainda assim, um grande desafio. 

Como qualquer outro esporte, o voo de planador permite momentos de recreação e de competição. Lucas ainda não participou de nenhum campeonato na categoria, mas não é algo que descarta. Ele costuma praticar voo livre e desafiar suas habilidades. 

Nessa modalidade, ao decolar, o piloto precisa ir atrás dos locais onde estão as correntes de ar mais fortes. “É um grande desafio achar as térmicas. Isso é um voo regional, próximo. No voo de competição, normalmente tem objetivos. Precisa ir a tal e tal cidade e voltar e o piloto precisa tentar chegar aos pontos da forma mais eficiente possível”, descreve. 

Há ainda, como conta Lucas, a competição por velocidade média. “É como se fosse uma corrida, mas, ao invés de largar todo mundo junto, é analisado depois pelo GPS e quem fizer a melhor velocidade média, ganha.” 

Além de voar no Aeroclube de Balsa Nova, Lucas também é um de seus instrutores voluntários de voos de planador. O esporte tem apenas cerca de 200 pilotos no país.

Desafio atrás de desafio, e o maior de todos…

Lucas Fontoura cruzou por muitos desafios pela frente para chegar onde chegou na carreira, e vive hoje um dos maiores desafios já propostos, agora na vida pessoal. Em fevereiro deste ano, ele realizou o sonho de se casar com a noiva, Thalia. A realidade, no entanto, logo se apresentou e o engenheiro recém-casado ficou viúvo poucos dias depois.

Diante da perda, uma rede de apoio se formou à sua volta e é o que permite a Lucas encontrar forças para seguir em frente. Além de todo o amparo que recebe de parentes e amigos, Lucas é muito agradecido a uma nova família que se formou há três anos e que tem se mostrado essencial nas últimas semanas nessa luta: o time de colaboradores da Helisul.

Ele agradece por todo o carinho que tem recebido de cada colega, desde os mais próximos aos mais distantes, por conta das diferentes rotinas no ambiente de trabalho. 

“A Helisul é uma família, realmente age como uma família. Fiquei os primeiros dias afastado completamente do trabalho e voltei em um ritmo aos poucos. E não teria como ter sido melhor acolhido por todas as pessoas. Não tenho como imaginar um acolhimento melhor. […] Mesmo ainda não sendo tão conhecido na empresa, as pessoas se mostraram muito solidárias.”

 

Lucas teve toda a flexibilidade necessária para voltar pouco a pouco à rotina de atividades na Helisul e prevê um ano intenso em relação às tarefas que têm pela frente. Este ano já prometia ter bastante desafio e agora estou bem focado no trabalho.”